


Considerado uma das melhores ficções científicas de todos os tempos, “Alphaville” é uma produção cinematográfica do polêmico cineasta de vanguarda Jean-Luc Godard, um dos diretores mais criativos da Nouvelle Vague, movimento que tinha como objetivo renovar o cinema francês e valorizar a direção, recuperando o filme dito de autor. Nesta fantasia surrealista e irreverente, Godard abusa da mobilidade da câmara, da montagem descontínua, dos demorados planos - seqüências, da improvisação e de lançar ao expectador imagens com valores e informações contraditórios.
“Alphaville” é um país controlado pelo supercérebro eletrônico Alpha 60, que mantém os habitantes inteiramente sob seu comando. “Ninguém viveu no passado e ninguém viverá no futuro. O presente é a forma de toda a vida”, é um dos lemas da tecnocracia fascista alphavilliana. As pessoas são proibidas de amar, de chorar pela perda do cônjuge, de ter sentimentos, de ler poesia e romances, de pensar como são os outros paises e os estrangeiros. As palavras “por que” e “consciência” não existem. Os cidadãos são marcados por números e seguem como valores absolutos a coerência de raciocínio e a eficiência. O símbolo da técnica E=mc2, que aparece expresso em néon e ocupando toda a tela, é a fórmula da desilusão desta sociedade fria, e a fotografia em preto e branco, enfatiza o seu aspecto sombrio. Ousado e original, mereceu ganhar o Urso de Ouro no Festival de Berlim.
FICHA TÉCNICA:
Alphaville
França/1965
De: Jean – Luc Godard
Com: Eddie Constantine, Anna Karina, Akim Tamiroff, Howard Vernon
Ficção Científica/98 minutos
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