WELCOME TO CINEMAC

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Saturday, February 27, 2010

O Mágico de Oz

O Mágico de Oz (02/06/2008 )
O Mágico de Oz foi visto por mais pessoas do que qualquer outro filme, mais de 1 bilhão de espectadores em todo o mundo. Apresenta-se, provavelmente, como a produção cinematográfica mais apreciada já feita em todas as linguas. A magia duradoura deste musical/fantasia comove não só as ciranças, mas tambem a cirança que há em cada um de nós. Muitos são os motivos que explicam esse encantamento: tem a intemporabilidade dos grandes clássicos; os criadores desta obra aproximaram-se da perfeição tanto quanto possível; é um filme inovador e divertido. Além de ser uma produção realizada nos anos dourados da MGM. O Mágico de Oz traz personagens dificeis de se esquecer, como o espantalho (Ray Bolger), o homem de lata (Jack Haley), o leão covarde (Bert Lahr), a adorável garotinha do Kansas Dorothy Gale (Judy Garland) e o seu fofo cachorrinho Totó, entre muitos outros que sempre ficarão registrados em nossa memória; lindas canções que nos alegram como “Over the Rainbow”, “Follow The Yellow Brick Road/You"re Off To See The Wizard”, “If I Only Had A Brain”, “Ding-Dong, the Which is Dead”, entre outras; um belo enredo que nos faz sonhar; um lugar além do arco-íris, um lugar mágico. É um filme para todas as gerações, cheio de sentimentos e valores que todos admiramos, onde a mensagem aprendida persiste: “não há lugar como o lar” e por lar entende-se o local onde estão aqueles que nos amam e a quem queremos bem. A história de como esta producão foi feita é fascinante, além de ter sido dispendiosa, a escolha do elenco para o filme foi problemática, com atores trocando de papéis repetidamente no começo das filmagens, e com a participação de 4 diferentes diretores, todos nomes de prestígio na época: Victor Fleming, Richard Thorpe (não-creditado), George Cukor (não-creditado) e King Vidor (não-creditado). Foram utilizados quase 70 sets de filmagem com diferentes esquemas de iluminação e padrão de cores, e a maior parte das cenas foram rodadas em Technicolor. Um time de 150 pintores aplicaram 62 diferentes cores ao pano de fundo de Oz que media 600 m x 12 m. Também foram criados efeitos especiais para as seqüências do tornado e dos macacos voadores e 4.000 figurinos. Nunca se viu tanto anão reunido em um só filme, 350, os Munchkins, muitos deles vindos da celebrada tropa de vaudeville chamada “Leo Singer”, outros eram freelancers em espetáculos de variedades e em circos por todo o mundo, eram chamdos de anões cantores. Mesmo não sendo o primeiro filme produzido em Technicolor (como muitos acreditam), O Mágico de Oz faz um uso notável da técnica; as seqüências no Kansas possuem um preto-e-branco com tons em marrom, enquanto as cenas em Oz recebem as cores do Technicolor. Mas como esse superprodução se concretizou? Tudo começou em 1900, quando L. Frank Baum editou o seu livro clássico para crianças “The Wonderful Wizard of Oz”. Quase 40 anos mais tarde, em 1937, a Walt Disney trouxe para as telas “A Branca de Neves e os Setes Anões”, um filme muito bem sucedido na época, que tinha muita semelhanca com a história de O Mágico de Oz. Esse fato não passou desapercebido aos magnatas do cinema, particularmente a Lois B. Mayer, a suprema autoridade da MGM, segundo ele, “o estúdio a ter mais estrelas do que as que existem no céu”. Quando se propõe que a MGM adquira os direitos de O Mágico de Oz, Mayer fica interessado, mas tem um problema, o seu brilhante diretor de produção, Irving Talberg, havia falecido há mais de um ano. Mayer procura desesperadamente um successor, e, por fim, encontra Mervyn LeRoy, um perspicaz produtor e diretor de 38 anos que parece a escolha perfeita. LeRoy aceita e, por acaso, O Mágico de Oz é um dos primeiros projetos que sugere. Ele diz que sempre quis trazer para a grande tela este clássico literário. Segundo ele: “era um desafio muito grande, pois tratava-se de um projeto muito complexo”. LeRoy emprega o compositor Arthur Freed como parceiro não creditado. Anos depois, enquanto produtor, o nome de Freed torna-se-ia sinônimo dos anos dourados do musicais da MGM. Mas, nesse momento, seu trabalho era ajudar LeRoy a escolher o elenco. Entretanto, na MGM, a questão era: como trazer este clássico para as telas sem destruir sua qualidades mágicas e captar em filme a visão de Baum? O roteiro adaptado é de Florence Ryerson, Edger Allan Woolf e Noel Langley, este, com 26 anos de idade, contribui com elementos vitais: altera os sapatos de Dorothy de prata para rubi, faz dos personagens fantásticos trabalhadores na fazenda do Kansas e inspira Dorothy a perceber que “não há lugar como o lar”. Dois jovens da Brodway são encarregados das canções de O Mágico de Oz, Harold Arlen compõe a música, E .Y “Yip” Harburg escreve as letras e faz contribuições para o roteiro e a escolha do elenco. E.Y.Harburg se inspirou no arco-íris para escrever as letras de “Over the Rainbow”, pois a personagem Dorothy morava em um sitio árido, incolor, quase sem flores por ser tão seco. Segundo ele: “a única coisa na vida dela que tinha cor era o arco-íris. Era a única coisa de cor que ela tinha visto”. Apesar de “Over the Rainbow” ser apenas uma canção num filme, o desempenho de Judy Garland foi tão grande ao cantá-la, que a mesma sempre é lembrada por esta canção, além de ter sido a combinação canção-artista mais bem recebida de todos os tempos. Parece inconcebível, mas, “Over the Rainbow” foi eliminada do filme. Alguns executivos queixaram-se de que “atrasava o filme” e acharam indigno para uma estrela da MGM cantar num curral. Mas, o bom senso prevaleceu e a canção foi reincerida. Arnold Gillespie, mais conhecido por “Buddy”, criou efeitos especiais deslumbrantes, muitos dos quais nunca tinham sido realizado antes. É dificil se esquecer do cyclone, dos macacos voadores, da vista da Cidade Esmeralda, da mensagem que a bruxa má do oeste escreve para Dorothy no céu “entregue-se Dorothy”(“Surrender Dorothy”). O Homem por tráz de Oz: Lyman Frank Baum nasceu em 15 de maio de 1856, em Chittenango, Nova Iroque. Em 1898, sua sogra o encoraja a escrever histórias para ciranças baseadas nos contos fantásticos que o mesmo contava para entreter seus filhos e amigos. Publicou seu livro intitulado “The Wonderful Wizard of Oz” em 1900. O nome da terra imaginária “OZ” foi criada enquanto Baum estava sentado diante de sua mesa e, ao olhar para o seu arquivo, percebeu que a primeira gaveta era de “A a N” e a segunda de “O a Z”, assim nasceu OZ e todos os seus personagens coloridos. Oz tornou-se um sucesso editorial, com 14 volumes escritos por Baum. O escritor de sucesso mudou-se para Hollywood, onde escreveu, produziu e dirigiu vários filmes mudos. O seu passatempo preferido era estar no jardim, sob o sol da Califórnia. Quando L. Frank Baum morreu, em 15 de maio de 1919, aos 62 anos, um crítico escreveu: “as criancas do mundo perderam o seu amigo mais querido”. Em 1938, mais de 10 milhões de cópias do livro já tinham sido vendidos, cativando quatro geracões de crianças. Em janeiro de 1938, a MGM comprou os direitos de adaptação sobre o livro. O roteiro estava pronto em 8 de outubro de 1938 (após vários tratamentos). As filmagens começaram em 13 de outubro de 1938 e foram concluídas em 16 de março de 1939. O filme teve sua pré-estréia no dia 12 de agosto de 1939, e em 25 de agosto daquele mesmo ano entrou definitivamente em cartaz. Prêmios e nomeações: Oscar • Melhor trilha sonora(Herbert Stothart) (1940) - Vencedor • Melhor canção original ("Over the Rainbow") de Harold Arlen e E.Y. Harburg) (1940) - Vencedor • Melhor filme( Mervyn LeRoy) (1940) - Indicado • Melhor direção de arte (Cedric Gibbons, William A. Horning) (1940) - Indicado • Melhor fotografia (Harold Rosson) (1940) - Indicado • Melhores efeitos especiais (Arnold Gillespie) (1940) – Indicado • Melhores efeitos especiais de som (Douglas Shearer) (1940) - Indicado Festival de cinema de Cannes • Palma de Ouro – Victor Fleming (1939) – Indicado Curiosidades: Todos os atores e atrizes do filme como Judy Garland(Dorothy), Jack Haley(homem de lata), Bert Lahr(leão covarde), Ray Bolger(espantalho), Margaret Hamilton(Bruxa Má do Oeste), Frank Morgan(o Mágico de Oz), Billie Burke(Glinda, a Bruxa Boa do Norte), Charles Grapewin(tio Henry) e Clara Blandick(tia Emily ou Em) já eram conhecidos do público por suas carreiras de sucesso, entretanto, foi O Mágico de Oz que os transformaram em celebridades da noite para o dia. Victor Fleming foi o único a receber o crédito, mas quatro diretores participaram das filmagens de O Mágico de Oz: Richard Thorpe, veterano autor de filmes "B" e a primeira escolha da Metro-Goldwyn-Mayer, foi dispensado após 12 dias de filmagem. Das cenas que comandou, nenhuma foi aproveitada na versão final; George Cukor foi o seguinte e ficou menos tempo. Durante três dias ele fez testes para tomadas, saindo para dar lugar a Fleming. Porém, a sua contribuição foi valiosa: instruiu Judy Garland a não copiar o estilo de Shirley Temple, como queriam inicialmente os produtores, e buscar sua própria forma de interpretar; Fleming dirigiu a maioria das seqüências, durante os quatro meses seguintes, antes de sair para, novamente, substituir Cukor, desta vez nas filmagens de "...E o Vento Levou." Segundo alguns jornais da época, Fleming havia assumido O Mágico de Oz com relutância, tendo aceitado a tarefa apenas para agradar suas filhas pequenas; e finalmente King Vidor, amigo de Fleming, ficou encarregado da finalização do filme e foi responsável pela seqüência mais famosa: “Over the Rainbow”, em que Dorothy canta a música composta por Harold Arlen e E.Y. Harburg. No aniversário de 50 anos do filme, a famosa joalheria americana Harry Winston criou sapatos de rubi verdadeiros no valor de 3 milhões de dólares. A roupa do leão covarde pesave quase 45 kilos. O cachorro Totó teve momentos difíceis durante as gravações, porque os ventiladores gigantes usados para criar o efeito da ventania faziam com que o mesmo fosse constantemente lançado para longe. A carreira de Judy Garland deslanchou após este filme. A mesma já havia aparecido nos hits de sucesso “Love Finds Andy Hardy” – “O Amor Encontra Andy Hardy” (1938) e “Babe in Arms” - “Sangue de Artista” (1939), ambos com Mickey Rooney. Entretanto, O Mágico de Oz não só fez de Judy uma super estrela, como a transformou em uma lenda viva do cinema. Em 1940, Judy recebeu um prêmio especial da Academia, o Oscar Juvenil, por seu desempenho excepcional, aos 16 anos, em O Mágico de Oz, ela foi votada como a melhor atriz juvenil do ano de 1939. A jovem Judy Garland iniciou a sua carreira no teatro de variedades aos 2 anos e meio de idade, como parte do The Gumm Sisters Act., ela era descrita como “a menina pequena com a grande voz”, seu apelido era Baby Gumm. Aos 15 anos, seu nome já tinha sido alterado, de Francis Ethel Gumm para Judy Garland, e estava sob contrato com a MGM há quase 3 anos. Sabia cantar, dancar, conseguia representar drama e comédia. Em Hollywood, os que a viram em espetáculos de beneficência e festas privadas sabiam que Judy Garland estava destinada ao estrelato. LeRoy e Freed convenceram Mayer de que O Mágico de Oz poderia ser sua grande oportunidade. O papel de Dorothy foi dado a Judy Garland no dia 24 de fevereiro de 1938. Depois de escalada, alguns executivos da MGM cogitaram trocá-la por Shirley Temple, mas não conseguiram a liberação da jovem atriz pela Fox. Então, outros executivos da MGM vetaram a idéia. Muitos viam Shirley Temple como a escolha mais natural para interpreter o papel de Dorothy, pois a mesma era, na época, a maior estrela infantil dos últimos tempos. LeRoy é pressionado para contratá-la. No entanto, após ouvir Shirley cantar numa audição não oficial, LeRoy e Freed decidem que as exigências do papel ultrapassam os talentos mesmo da extraordinária menina de 10 anos. A consideração de Temple para o papel de Dorothy impulsionou a Fox à produção de um filme que eles próprios desconheciam. Conhecendo bem o projeto de O Mágico de Oz, eles não apenas negaram a liberação de Temple para a MGM mas decidiram escalá-la num filme "rival", O Pássaro Azul (no original, “The Blue Bird - 1940). Graças à complexidade dessa produção da Fox e à decisão de filmá-lo repentinamente, O Mágico de Oz chegou aos cinemas americanos um ano antes de “O Pássaro Azul”. E, enquanto a produção da MGM conseguiu uma boa arrecadação, “O Pássaro Azul” não o fez. Aos 22 anos, Billie Burke(Glinda, a Bruxa Boa de O Mágico de Oz) era celebridade da Broadway. Aos 29 anos casou com Florenz Ziegfield, produtor teatral norte-americano, famoso pelos “Ziegfeld Follies”- espetáculo grandioso, inspirado no Les Folies Bergères, de Paris, onde várias peças eram realizadas com o que havia de melhor: roupas elaboradas, lindas dançarinas, nenhuma economia na produção e muito, muito glamour. Até a chegada do cinema mudo, foram realizadas 24 edições do Espetáculo teatral, e muitas atrizes que seguiram estrada posteriormente no cinema, tiveram sua estréia nos palcos do Ziegfeld, como Fanny Brice, Marion Davies, Mae Murray, Paulette Goddard, Joan Blondell, Nita Naldi, Dorothy Mackaill, Eve Arden, Billie Dove, Gilda Gray, Barbara Stanwyck, Louise Brooks, Norma Shearer e Alice Faye. Com a chegada do cinema falado, os espetáculos acabaram perdendo o seu público. Depois dos 50 anos, Billie Burke iniciou uma carreira de sucesso em Hollywood, interpretando senhoras de idade ricas e frívolas. O Mágico de Oz é o filme favorito de Burke, segundo a mesma: “foi o persoangem que mais me aproximei do tipo de papéis que tive no teatro”. A escolha da atriz para a Bruxa Má causa uma grande controvérsia. Mervym LeRoy tem a idéia de fazer a bruxa no estilo da rainha malvada de “A Branca de Neve” da Disney, pois a mesma fora um sucesso. Segundo ele: “por que não fazer a bruxa má esquiva e sedutora?”. Mas, Freed e outros executivos protestam. Contudo, LeRoy já havia tomado a sua decisão. Uma das estelas da MGM é Gale Sandergaard que ganhara o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em “Anthony Adverse”(1936), um filme realizado por Mervyn LeRoy. LeRoy convence Sandergaard a fazer um teste para o filme, coberta de lantejoulas pretas com um vestido justo a combinar, ela fica espantosa, Freed e outros executivos ficam irritados, lembram a LeRoy que as bruxas más são feias. Tal como a velha encarquilhada da Disney em “A Branca de Neve”. Então, LeRoy pede ao maqueador que faça em Sandergaard o tratamento feio. Mas a ilustre atriz decide que não quer fezer o papel. “Naquele tempo, não interessava por-me feia”, diz ela, que ficou insatisfeita quando sua personagem deixou de ser uma feiticeira levemente glamourosa e tornou-se uma feia bruxa. Ela largou o projeto e foi substituída em 10 de outubro de 1938 por Margaret Hamilton, uma ex-professora de jardim de infância, de 36 anos, recém divorciada que trabalhava arduamente como atriz para sustentar a si e a seu filho de 3 anos. Ela já havia feito 6 filmes para a MGM. Buddy Ebsen, inicialmente escalado para ser o Espantalho, teve que substituir Ray Bolger, que fazia o Homem de Lata. Bolger pediu ao produtor para mudar de papel porque sofria com a maquiagem de pó de alumínio. Ebsen não teve melhor sorte e, no décimo dia, chegou a ser internado por intoxicação. Somente Jack Haley conseguiu suportar até o fim as longas horas de filmagem com a pintura. Buddy Ebsen, de 30 anos, que estava sob contrato com a MGM havia 4 anos, não se importa de passar de Espantalho para Homem de Lata. Mas, seu trabalho de sonho transforma-se num pesadelo. “Puseram pó de aluminio na minha maquiagem”, disse Ebsen. “E, o pó de aluminio ficou no ar e os meus pulmões ficaram revestidos de pó”. De acordo com o mesmo: “Uma noite respirei fundo e não tive reação. Chamaram uma ambulância e levaram-me para o hospital.”Enquanto Ebsen inicia uma longa recuperação, a MGM anuncia que ele irá ser substituído sem qualquer explicação. Ebsen considerou isso o pior desastre pessoal e professional pelo qual passou. Ironicamente, apesar do seu acidente quase fatal com a maquiagem, Ebsen viveu mais tempo que todos os atores principais. Enquanto o filme pára para se escolher o substituto de Ebsen, Mervyn LeRoy estuda as filmagens das primeiras 2 semanas. LeRoy acha que o material filmado pelo diretor Richard Thorpe (“Jailhouse Rock” – 1957, “Ivanhoe” – 1952) não tem a ingenuidade necessária e Thorpe é substituido. O diretor George Cukor (“David Copperfield” – 1935, “A Star is Born” – 1954, “My Fair Lady” – 1964), tem alguns dias livres antes de iniciar “...E O Vento Levou” e concorda em ajudar. Ele também fica desanimado com o que vê. Altera a maquiagem e o guarda-roupa dos personagens principais. Cukor não gosta particularmente da aparência de Judy Garland. Retira-lhe a peruca encaracolada e metade da maquiagem, segundo o mesmo: “disse-lhe para não se esquecer que é só uma pequena menina do Kansas”. George Cukor parte, sem perceber o valor dos seus esforços para a versão final do filme. E, agora, LeRoy toma uma decisão surpreendente: escolhe Victor Fleming (“The Virginian” – 1929, “Red Dust” - 1932, “Treasure Island” – 1934, “Captains Courageous” – 1937) para dirigir o filme. Fleming conhecido como um diretor agressivo, que não gosta de tolices, acha o projeto irresistível. Segundo ele: “Fiz a película porque queria que as minhas filhas vissem um filme que procura a beleza, a decência, a doçura, e o amor no mundo”. Fleming trabalha incansavelmente neste projeto difícil. Mas, é chamado abruptamente aos Selznick Studios, pois há problemas em Tara, nas filmagens de “...E O Vento Levou”. Clark Gable e George Cukor mal se falam. Gable ameaça desperdir-se a menos que o produtor David O. Selznick ceda seu amigo Victor Fleming. Selznick faz com que a MGM concorde. Ironicamente, no dia 12 de fevereiro de 1939, Victor Fleming substitue George Cukor novamente, agora na direção de “...E O Vento Levou”. Contudo, King Vidor (“The Big Parade” – 1925, “The Crowd” – 1928, “Hallelujah! – 1929” ), considerado um dos melhores diretores de Hollywood, acrescenta os retoques finais de Oz, basicamente as cenas em preto-e-branco da fazenda no Kansas. Ray Bolger fica encantado ao descobrir que irá particiapar de Oz, até descobrir que será o Homem de Lata. “Estava com raiva, muito triste, eu amava a idéia de ser o espantalho e não podia imaginar ninguém mais que pudesse representá-lo, eu poderia fazer todos os tipos de passos de dança que quisesse. Tinha a sensação de que havia mais uma coisa, de que se interpretasse esse papel, isso faria de mim uma estrela. Então, fui com minha mulher ao escritório do Sr .Mayer e insistimos e, finalmente, eu venci.” (Ray Bolger). Recentemente foi descoberta nos cofres da MGM a extraordinária sequência de dança do espantalho, coreografada pelo inovatico e criativo Busby Berkeley e realizada com brilhantismo captando o estilo único de Ray Bolger, esta foi cortada do filme, na última hora, pois receavam que a película ficasse muito longa. O substituto de Ebsen é Jack Haley, estrela de cinema da Broadway. Tendo sido cedido pela 20th Century Fox, não sabe o que se passou com Ebsen. Mas a maquiagem de Haley fora secretamente alterada, o pó de aluminio foi trocado por pasta de aluminio. O favorito de todos para interpreter o leão covarde é Bert Lahr, o palhaço principal da Broadway, de caráter exagerado, era famoso pelo estilo explosivo de comédia. Em 25 de julho de 1938, Bert Lahr foi contratado para viver o Leão Covarde. Frank Morgan juntou-se ao elenco em 22 de setembro de 1938 como o Mágico de Oz. Em 12 de agosto de 1938 Charley Grapewin foi escalado para o papel do Tio Henry. O papel de feiticeiro motivou diferentes candidatos. Ed Wynn, um famoso cômico da rádio, conclui que o papel era curto. Wallace Beary, uma das mais populares estrelas da MGM, quer muito o papel, mas o estúdio recusa-se a dispensá-lo tanto tempo para as filmagens de Oz. E, também, W.C.Fields, a MGM ficara impressionada com o seu papel em “David Coperfield”(1935), mas Fields regateia incenssantemente sobre o salário e o tempo esgota-se. Um dos mais sólidos atores secundários da MGM, Frank Morgan, de 48 anos acaba por obter o papel, ou melhor, cinco papéis, é deliciosamente versátil no papel de feiticeiro, de professor marvel, de porteiro,de conductor e de guarda do castelo. O roteiro do filme foi adaptado por Noel Langley, Florence Ryerson e Edgar Allan Woolf. Algumas pessoas contribuiram para a adaptação sem serem oficialmente creditadas por isso: Irving Brecher, William H. Cannon, Herbert Fields, Arthur Freed, Jack Haley, E.Y. Harburg, Samuel Hoffenstein, Bert Lahr, John Lee Mahin, Herman J. Mankiewicz, Jack Mintz, Ogden Nash e Sid Silvers. Adrian Greenburg foi o responsável pelos figurinos. As canções foram gravadas num estúdio antes do início das filmagens. Algumas das gravações foram concluídas enquanto Buddy Ebsen ainda estava no elenco. Então, mesmo tendo saído do projeto, sua voz permaneceu no coro de "We"re off to See the Wizard". É fácil identificá-lo. O Mágico de Oz está em décimo lugar na lista dos melhores filmes dos últimos cem anos do American Film Institute. Dez anos após a criação desta famosa lista, os experts do American Film Institute decidiram retirar alguns filmes e incluir outros. A nova classificacao (top 10) é a seguinte: 1- CITIZEN KANE ( CIDADÃO KANE) 2- THE GODFATHER (O PODEROSO CHEFÃO) 3- CASABLANCA 4- RAGING BULL ( O TOURO INDOMÁVEL) 5- SINGIN" IN THE RAIN (CANTANDO NA CHUVA) 6- GONE WITH THE WIND (E O VENTO LEVOU) 7- LAWRENCE OF ARABIA (LAWRENCE DA ARÁBIA) 8- SCHINDLER"S LIST (A LISTA DE SCHINDLER) 9- VERTIGO (UM CORPO QUE CAI) 10- THE WIZARD OF OZ (O MÁGICO DE OZ). Aconteceu um acidente quase fatal no set de filmagens envolvendo a atriz Margaret Hamilton, esta por pouco não foi queimada. Os cavalos do palácio da Cidade Esmeralda foram pintados com cristais Jell-O. As cenas em que eles aparecem tiveram que ser rodadas rapidamente, para evitar que os cavalos lambessem sua pele e removessem a tintura. No filme os sapatinhos prateados foram convertidos em sapatinhos de rubi - a fim de ressaltar o fato de ser um dos primeiros filmes a cores do cinema. A estrada de tijolos amarelos inicialmente seria verde. A mudança de cor aconteceu após uma das paralisações nas filmagens, quando ficou definido que a cor amarela seria a melhor a ser usada em um filme feito com Technicolor. A música “Over the Rainbow” deveria ter sido cantada mais uma vez por Judy Garland no filme, quando Dorothy está presa na torre da bruxa má, mas em uma versão triste, entretanto, por causa do ataque de choro de Judy, que achava a cena triste demais, ela acabou não se concretizando. Muitos dos personagens principais estão presentes tanto na Terra de Oz como na fazenda do Kansas. O Espantalho é Hunk(Ray Bolger), O Homem de Lata é Hickory(Jack Haley), O Leão Covarde é Zecke(Bert Lahr), A Bruxa Má do Oeste é a Senhorita Almira Gulch(Margaret Hamilton) e O Mágico de Oz, o porteiro da Cidade Esmeralda, o guarda do castelo de Oz e também o condutor é o Professor Marvel(Frank Morgan). O Mágico de Oz fez história por ser sido o primeiro filme a ser visto, anualmente, em televisão comercial. Ele apareceu pela primeira vez na CBS em um sábado, 3 de novembro de 1956 e pela última vez em uma sexta feira, 8 de maio de 1998. O filme continua a ser exibido todo ano nos canais de televisão a cabo da Turner: TCM (Turner Classic Movies) ou TBS (Turner Broadcasting System). O orçamento de O Mágico de Oz foi de US$ 2.777 milhões, sendo que o filme arrecadou US$ 3 milhões em seu primeiro lançamento nos cinemas. Na abertura do filme lê-se: “For nearly forty years this story has given faithful service to the Young in Heart; and Time has been powerless to put its kindly philosophy out of fashion. To those of you who have been faithful to it in return...and to the Young in Heart...we dedicate this picture”. O Mágico de Oz foi dramatizado no teatro pela primeira vez em um musical em Chicago(em 16 de junho de 1902), no Grand Opera House e fez de David Montgomery (homem de lata) e Fred Stone(espantalho) duas grandes estrelas, e logo depois em Nova Iorque (em 21 de janeiro de 1903), na Broadway, no Majestic Theatre, o show foi tão popular que se tornou o show mais longo da década. A duas versões musicais foram produzidas por Baum & Denslow. O livro foi transformado em filmes durante muitas ocasiões na época do cinema mudo: Alguns exemplos: “The Wizard of Oz” (1908), “The Wonderful Wizard of Oz” (1910), com a Bebe Daniels (“A Rua 42” – 1933) aos 9 anos de idade como Dorothy. E dois outros filmes da Selig Poliscope Company baseado no Oz de Baum: “Dorothy and The Scarecrow in Oz” – “Dorothy e o Espantalho em Oz” (1910), “The Land of Oz” – “A Terra de Oz” (1910). Três vezes em 1914, foram criados filmes todos produzidos por Baum em sua produtora Oz Film Manufacturing Company: “The Patchwork Girl of Oz” (1914), “The Magic Cloak of Oz” (1914), “His Majesty, the Scarecrow of Oz”(1914/15) – o mais próximo do livro original de Baum e o único dirigido pelo mesmo. Outros filmes: “The Wizard of Oz” (1921), “The Wizard of Oz” (1925), filme mudo feito pelo Chadwick Pictures, com o comediante Oliver Hardy, do famoso “O Gordo e O Magro” (Laurel and Hardy), como o Homem de Lata, do produtor/diretor/escritor/estrela Larry Semon. Outras versões e referências ao filme: “The Scarecrow of Oz” (1931) também conhecido como “The Land of Oz”, um curta fantasia; o canadense preto-e-branco “The Wizard of Oz” (1933) sem diálogo nenhum e com algumas animações em cores; uma versão animada em 1938; outra versão animada para ABC – TV Broadcast entitulada “Off to See the Wizard” (1967). “The Wiz” (1978) de Sidney Lumet – Um filme Afro-Americano do Broadway Musical onde a cidade de Nova Iorque substitui Oz, e a cantora Diana Ross é a atriz principal e também Michael Jackson está no papel do Espantalho. “The Muppet Movie” (1979) – semelhancas inclui a viagem por Kermit para Hollywood (Oz), seu encontro com Lew Lord (o Mágico de Oz), a fuga das tentações do Doc Hopper (a Bruxa Má), e a canção “The Rainbow Connection” – uma variação de “Somewhere Over the Rainbow”. “Under the Rainbow”(1981); e também uma animada versão Japonesa, “Ozu no Mahotsukai” (1982) do diretor Takayama Fumihiko; O filme de ação/fantasia, mas não musical da Disney “Return to Oz” (1985), com Fairuza Balk como Dorothy. Outros que fizeram referência ao O Mágico de Oz: “Wild at Heart” de David Lynch (1990); O blockbuster de Jan de Bont “Twister” (1996); “Contact” – “Contato” (1997), algumas referências são: o sinal de rádio de “Over the Rainbow” e um balão de ar quante com “This Way to Oz” impresso no mesmo. O musical da Broadway de Stephen Schwartz no final de 2003, entitulado “Wicked” (baseado no romance de 1995 de Gregory Maguire “Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West), conta a historia de Glinda, a bruxa boa e da bruxa má Elphaba (Bruxa Má do Oeste), o nome Elphaba é derivado do nome do autor de O Magico de Oz, L. F(rank) B(aum), L-F-B = Elphaba. Em 1973, a banda inglesa Pink Floyd lançou o álbum “The Dark Side of the Moon”, que se tornaria um clássico do gênero e um dos discos mais vendidos de todos os tempos. Por alguma razão obscura, alguém resolveu ouvir este álbum enquanto assistia o filme O Mágico de Oz de 1939, e se maravilhou com alguns momentos de sincronia entre os acontecimentos da história e as letras das músicas. Nasceu assim o mito de The Dark Side of the Rainbow, a idéia de que o álbum do Pink Floyd teria sido concebido e cronometrado para servir de trilha sonora alternativa para O Mágico de Oz. A música “Goodbye Yellow Brick Road“, composta por Elton John em 1973, faz referência a estrada de tijolos amarelos do filme O Mágico de Oz, onde a personagem Dorothy deve percorrer para encontrar o mágico que pode fazê-la voltar para casa. A letra, escrita por Bernie Taupin (autor de grande parte das letras de Elton) é uma mistura entre duas histórias: sua própria, falando de sua tristeza em deixar o local onde passou a infância para morar na cidade grande, e a de Elton, enfrentando as consequências de ser um músico precoce. Sinopse: O Mágico de Oz é baseado no livro infantil homônimo de L. Frank Baum, no qual a garota Dorothy é capturada por um tornado no Kansas e levada a uma terra fantástica onde habitam bruxas, duendes, leão covarde, espantalho falante, homem de lata, mágico, macacos voadores, árvores que falam, cavalo que muda de cor e muito mais. Estrelado por Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger, Jack Haley, Bert Lahr, Billie Burke e Margaret Hamilton. A solitária e sonhadora fazendeira do Kansas, Dorothy, sonha com um lugar melhor, sem os tormentos da odiosa solteirona vizinha, a Senhorita Almira Gulch contra o seu cachorro Totó. Ela planeja fugir. Durante um tornado, a mesma e seu querido animalzinho são transportados para uma terra “além do arco-íris”, onde conhece personagens mágicos da sua vida do Kansas (transformados por ela em seu inconsciente estado de sonho). A sua casa cai sobre a perigosa Bruxa Má do Leste, irmã da Bruxa Má do Oeste, matando-a. Dorothy tem certeza que não está mais no Kansas, principalmente quando, através de uma bolha colorida, surge Glinda, a Bruxa Boa do Norte, perguntando se Dorothy era uma bruxa. O motivo da pergunta é que os Munchkins, os pequenos habitantes da Terra dos Munchkins (Munchkinland), disseram a ela que uma bruxa havia matado a Bruxa Má do Leste, libertando-os de suas maldades. Estes aclamam Dorothy como heroína. A Bruxa do Leste foi esmagada e agora só se pode ver suas pernas, que usava mágicos sapatos de rubi. A Bruxa Má do Oeste chega e quer vingança ameaçando Dorothy e tentando arrebatar os sapatos de rubi, que permanecem nos pés da sua irmã morta. Entretanto a Bruxa do Oeste não tem nenhum real poder naquela terra encantada e, antes que possa pôr as mãos nos sapatinhos, eles surgem nos pés de Dorothy, graças a uma magia de Glinda. A bruxa jura vingança diante de uma terrificada Dorothy, antes de desaparecer. Dorothy conta para Glinda que ela deseja voltar para sua casa no Kansas. Glinda não pode ajudá-la, só o grande e Todo-Poderoso Mágico de Oz que habita na Cidade Esmeralda. Glinda diz que ele tem este poder e aponta para ela a Estrada de Tijolos Amarelos e lhe diz para seguir este caminho. Antes de partir, a Bruxa Boa do Norte diz para ela nunca tirar os sapatos. Tem início então, a longa jornada de Dorothy através da terra de Oz. Assim, a menina parte com seu fiel Totó. Durante o seu percurso, ela conhece o espantalho, o homem de lata e o leão covarde. Cada um tem um forte desejo: o espantalho quer um bom cérebro para produzir excelentes pensamentos, o homem de lata quer um coração de verdade para poder sentir emoções, o leão covarde quer ter coragem para enfrentar os perigos. Todos vão em busca de seus desejos à procura do Mágico de Oz. Após viajar pela estrada de tijolos amarelos, e enfentar as maldades da Bruxa Má do Oeste, Dorothy e seus novos e fiéis companheiros acabam por destruí-la. Após derrotarem a bruxa malvada cada um tem o seu desejo atendido. E, Dorothy acaba por perceber que “não há lugar como o lar” (“There is no place like home”). Após muitas peripécias, são recebidos por Glinda, sua boa amiga que revela à saudosa garotinha que a solução estava em seus pés o tempo todo: o sapato mágico. Ela sugere que Dorothy bata os calcanhares e repita “Não há lugar como o lar”. Assim, apenas com seu desejo. Usando da magia dos sapatinhos de rubi, Dorothy consegue retornar ao Kansas, onde é recebida por seus tios e amigos Hunk, Hickory, Zecke e o professor Marvel. Para os amantes do maravilhoso O Mágico de Oz, deixo-lhes a emocionante e belíssima canção “Over The Rainbow”, OVER THE RAINBOW Somewhere over the rainbow Way up high, There"s a land that I heard of Once in a lullaby. Somewhere over the rainbow Skies are blue, And the dreams that you dare to dream Really do come true. Someday I"ll wish upon a star And wake up where the clouds are far Behind me. Where troubles melt like lemon drops Away above the chimney tops That"s where you"ll find me. Somewhere over the rainbow Bluebirds fly. Birds fly over the rainbow. Why then, oh why can"t I? If happy little bluebirds fly Beyond the rainbow Why, oh why can"t I? FICHA TÉCNICA: The Wizard of Oz, Estados Unidos, 101 minutos, preto e branco, colorido. Direção: Victor Fleming.. Produtores: Mervyn LeRoy, Arthur Freed. Roteiro: Noel Longley, Florence Ryerson, Edgar Allan Woolf, do romance “The Wonderful Wizard of Oz” (1900), de L. Frank Baum. Fotografia: Harold Rosson. Música: Harold Arlen, E.Y.Harburg, George Bassman, George E. Stoll, Herbert Stothart. Elenco: Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger, Bert Lahr, Jack Haley, Billie Burke, Margaret Hamilton, Charley Grapewin, Pat Walshe, Clara Blandick, Terry the dog, The Singers Midgets. Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer Distribuição:Metro-Goldwyn-Mayer / Warner Bros. Desenho de Produção: Malcolm Brown, William A. Horning e Jack Martin Smith Direção de Arte: Cedric Gibbons. Figurino: Edwin B. Willis. Edição: Blanche Sewell. Oscar: Herbert Stothart (música), Harold Arlen, E.Y.Harburg(canção). Indicações para o Oscar: Mervyn LeRoy (melhor filme), Harold Rosson (melhor fotografia), Cedric Gibbons, William A. Horning (melhor direção de arte), A. Arnold Gillespie (melhores efeitos especiais), Douglas Shearer (melhores efeitos especiais de som). Festival de Cannes: Indicação a Palma de Ouro a Victor Fleming.

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