WELCOME TO CINEMAC

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Saturday, February 27, 2010

A história do cinema – Parte II

A história do cinema – Parte II (17/04/2004)
O CINEMA SONORO: O cinema nunca foi totalmente silencioso, pois os filmes eram acompanhados por músicas de piano ou de pequenas orquestras. Em alguns países a figura do narrador foi popularizada, o mesmo explicava a história ao público enquanto as cenas eram projetadas. Muitos filmes, desde os primórdios do cinema, já apresentavam, além da música, ruídos especialmente compostos, o que faltava era uma conjunção mecânica entre a fonte da imagem e a fonte do som. As primeiras experiências de sonorização, feitas por Thomas Edison, em 1889, são seguidas pelo grafonoscópio de Auguste Baron (1896) e pelo cronógrafo de Henri Joly (1900), sistemas ainda falhos de sincronização imagem-som. Em 1906, Eugène Laste patenteou um aparelho “para registrar o som sobre o filme, ao lado da imagem, na mesma velocidade que esta”. Em 1907, o registro foto-elétrico do som é obtido pelo americano Lee de Forest, com um aparelho de gravação magnética em película, que permite a reprodução simultânea de imagens e sons. Em 1926, existiam três processos de sonorização: um processo americano de registro em discos, chamado ”Vitaphone”; outro processo americano de registro na película, o”Movietone”; e um processo alemão, também de registro na película, o “Tobis”. O “Vitaphone” era uma máquina revolucionária para a época. Um disco de 40,6 cm gravado com o som do filme girava 33 ½ rotações por minuto. Dois motores, um para o toca discos e outro para o projetor, rodavam na mesma velocidade, comandados por uma mesma engrenagem elétrica que garantia o sincronismo. Ainda em 1926, a Warner Brothers compra o “Vitaphone”, com o objetivo de realizar um antigo sonho:o cinema sonoro. Em 17 de junho de 1926, a Warner compra o Picadilly Theatre, em Nova York, instala um sistema de som, rebatizando o teatro como Warner Theatre. No mesmo ano, os irmãos Warner, apresentaram em caráter experimental, o primeiro programa sonoro: um discurso filmado do censor Will Hays, um filme da Orquestra Filarmônica de Nova York, tocando a abertura “Tannhauser”, Marion Talley cantando “Caro Nome”, da ópera Rigoletto, o comediante Ray Smeck tocando violão e recitando um monólogo, Giovanni Martinelli cantando “Vesti la Giubba”, de Pagliacci, a dupla Cansino (pais de Rita Hayworth) dançando sapateado, o hino nacional com a Filarmônica de Nova York e a exibição do filme “Don Juan”, com John Barrymore. No dia 06 de outubro de 1927 o cinema pela primeira vez falou publicamente, foi a estréia de “The Jazz Singer” (“O Cantor de Jazz”), com Al Jolson. O filme consagrou o chamado cinema falado, cantado e dançado, teve apenas duas cenas faladas, num total de 354 palavras. Al Jolson disse quase tudo, pronunciando 340 delas, Eugene Besserer ficou com 13 palavras e Warren Oland só com uma: “stop”. O filme foi ovacionado, um sucesso de público. E, o cinema nunca mais foi o mesmo. Entretanto, a adesão de quase todas as produtoras ao novo sistema abala convicções, causa a inadaptação de atores, roteiristas e diretores, e reformula os fundamentos da linguagem cinematográfica. Diretores como Charles Chaplin e René Clair estão entre os que resistem à novidade, mas acabam aderindo-a. O mundo cinematográfico se transformou com a novidade, o público não queria mais ver filmes mudos, todas as salas de exibição e estúdios tiveram que ser reconstruídos e equipados priorizando o isolamento acústico. Astro e estrelas de vozes feias ou que não sabiam falar o idioma inglês viram suas carreiras desabar. Roteiristas, criadores de diálogos e professores de dicção passaram a ser valorizados. As grandes tomadas de perseguição externas ficaram suspensas por um período, pois ainda não havia tecnologia para desenvolver um sistema portátil de captação de som. Dos Estados Unidos, os filmes sonoros se estenderam para o mundo. O cinema se converteu em um espetáculo visual e sonoro, destinado a um público maior, passando a dar mais importância aos elementos narrativos, o que levou a arte ao realismo e à dramaticidade do dia-a-dia. Consolidado com obras como “Aleluia!” (1929), de King Vidor e “Aplauso” (1929), de Rouben Mamoulian, o cinema sonoro resistiu à crise econômica da grande depressão e gradativamente enriqueceu gêneros e estilos. Mesmo com a crise que abalava o país, Hollywood continuou investindo no cinema. A comédia, com Frank Capra, era a melhor representação de otimismo que sensibilizava os americanos, com obras aplaudidas como “O Galante Mr. Deeds” (1936), “Do mundo nada se leva” (1938), “A mulher faz o homem” (1939). Durante os anos 30, os filmes de gângster se popularizaram, o problema do banditismo urbano, foi abordado em filmes de impacto, como “O inimigo público” (1931), de William Wellman, e também em “Scarface, a vergonha de uma nação” (1932), de Haward Hawks. Este gênero se aproveitou totalmente do advento do som, usando fortemente o estrondo das metralhadoras para entreter o espectador. Os diálogos passaram a ser dominados por dramaturgos e roteiristas de peso da Broadway, com Bem Hecht, Charles MacArthur (“O Morro dos Ventos Uivantes”, de 1939). Hollywood focalizou os heróis e vilões da saga da conquista do oeste em filmes de ação como “No tempo das diligências” (1939) e muitos outros de John Ford; Raoul Walsh, que em 1930 já experimentava a película de setenta milímetros com “A grande jornada”; King Vidor, com “ O vingador” (1930), e ainda William Wellman, Henry King, Cecil B. DeMille, Henry Hathaway e outros. Outras vertentes fluíram, como o musical de Busby Berkeley e a série dançante de Fred Astaire e Ginger Rogers; as comédias malucas e sofisticadas que consagraram Ernst Lubitsch, Leo McCarey, Howard Hawks, William Wellman, Gregory La Cava e George Cukor, além dos irmãos Marx, que dispensavam diretores; e os dramas de horror como “Frankenstein” (1931), de James Whale, “ Drácula”(1931), de Tod Browning, “ O médico e o monstro” (1932), de Roubem Mamoulian, e “A múmia” (1932), de Karl Freund. Finalmente floresceu o melodrama, com torrentes de sentimentalismo, dilemas morais e a supremacia feminina. Na Europa, “Alvorada do Amor”, de Ernst Lubtisch, “O anjo azul”(1930), de Joseph Von Sternberg, e “M, o vampiro de Dusseldorf”(1931), de Fritz Lang, são alguns dos primeiros grandes títulos. Na Inglaterra, o mestre do suspense, Alfred Hitchcock, faz o seu primeiro filme sonoro, “Chantagem” (1929). Os produtores inicialmente pensaram em fazê-lo mudo, mas, durante as filmagens mudaram de idéia. Dos anos 30 até a Segunda Guerra, apesar de Hollywood concentrar a maior parte da produção cinematográfica mundial, alguns centros europeus como França, Alemanha e Rússia produzem obras que merecem destaque. Na França o realismo poético, com melodramas policiais de fundo trágico, de Jean Renoir, “A grande ilusão”, “A besta humana”, Marcel Carné, “Cais das sombras”, Julien Duvivier, “Um carnê de baile”, e Jean Vigo, “Atalante”, fornecem uma perspectiva lírica dos problemas sociais. Com a invasão nazista estes cineastas são exilados. A Rússia se destaca com a produções “A nova Babilônia”, de Grigori Kozintsev, “Volga, Volga”, de Grigori Aleksandrov, “Ivan, o terrível”, de Eisenstein", e a “Trilogia de Máximo Gorki”, de Mark Donskoi, merecem destaque em um período dominado por filmes de propaganda sobre os planos qüinqüenais, impostos por Stalin. Na Alemanha o nazismo descobre o cinema como instrumento de propagando do regime, com “O triunfo da vontade”(1935) e “Olimpíadas” (1936) de Leni Riefenstahl, e “O judeu Suss” (1940), de Veidt Harlan. Nos anos 40, nos Estados Unidos, Orson Welles lança “Cidadão Kane” (1941), que introduz uma novidade narrativa para a época, o recurso do “flashback”. Introduz, também, inovações tecnológicas como o uso sistemático da profundidade de campo, posições de câmara inusitados (plangée e contra-plangée), uso de diferentes tipos de lentes, com planos mais longos do que o habitual e a interferência da voz narrando algumas situações. Com o fim da segunda guerra mundial, o cinema entrou em uma fase de transição cujas principais características foram o repúdio às formas tradicionais de produção e um inédito compromisso ético dos artistas. Assumindo atitude mais crítica em relação aos problemas humanos, o cinema rompeu com a tirania dos estúdios e passou a procurar nas ruas o encontro de pessoas e realidades. Na Itália Roberto Rosselini filmou “Roma, cidade aberta” (1945), filme que inaugurou o neo-realismo, movimento anticonformista que retrata tipos humanos que se recusam a ceder ante a desgraça e os males da guerra. Com “Crises D`alma” (1950), de Antonioni, foi introduzido novas formas narrativas, mais líricas e mais densas, mais européias também do que as sustentadas pela ortodoxia neo-realista. A multiplicidade de estilos e influências marcam as produções cinematográficas contemporâneas. A Itália inicia a década de 60 com um cinema mais intimista. A França vive a “nouvelle vague” ou onda nova. Nos EUA, destaca-se a Escola de Nova York e, no Reino Unido, o “free” cinema. A partir do neo-realismo italiano o cinema se renova em várias partes do mundo: Alemanha, Hungria, Iugoslávia, Polônia, Canadá e em países da Ásia e América Latina, como Brasil e Argentina. Além disso, começam a despontar as produções cinematográficas de países subdesenvolvidos, em processo de descolonização. CONTINUA....... DICA DE FILMES: “M, o vampiro de Dusseldorf” (1931) e “O morro dos ventos uivantes” (1939). M, o vampiro de Dusseldorf Primeira obra-prima do cinema falado, essencialmente pela sua utilização do som como um elemento da linguagem narrativa. O filme significou a consagração do diretor Fritz Lang e passou a ser uma referência do cinema expressionista alemão. Nesta produção de 1931, o cineasta aborda alguns dos seus temas favoritos: os vários rostos do poder para garantir a ordem social, a vingança como meio de destruição, a inadaptação e a angústia do indivíduo numa sociedade prenhe ao nazismo. Baseada na história real de Peter Kurten, um assassino de crianças que, em 1925, semeou o terror na cidade de Dusseldorf, o filme conta com um grande ator no papel de protagonista, Peter Lorre, que apresenta uma interpretação magnífica como o atormentado assassino Hans Beckert. Pode ser encontrado em DVD e tem duração de 1 hora e 36 minutos. Sinopse: Um serial killer assusta a cidade alemã de Dusseldorf matando crianças indefesas. Escapa da polícia, mas não das mãos de organizações criminosas pertencentes ao submundo local, que o pegam e o julgam com suas próprias leis numa velha fábrica abandonada. O ator Peter Lorre celebrizou-se por este papel. O morro do ventos uivantes O diretor William Wyler (Ben-Hur) leva às telas do cinema a trágica história de amor entre um homem impetuoso e uma jovem donzela. Com Laurence Olivier, David Niven e Merle Oberon. Este filme, um dos melodramas mais delirantes da história do cinema, estreou no dia 13 de abril de 1939, no Rivioli Teather de Nova York e no Hollywood Pantages de Los Angeles, com a presença de Eleanor Roosevelt. Baseado no romance imortal de Emily Brontë e com roteiro de Bem Hetch e Charles MacArthur, “O morro dos ventos uivantes” é um grande exemplo do tratamento dado aos temas românticos com a habilidade profissional de Hollywood. Indicado a oito Oscars, ganhou a estatueta por melhor fotografia em preto e branco (Greg Toland). O time de astros dá um brilho especial ao filme, o excepcional Laurence Olivier, em seu primeiro sucesso no cinema, criou um tipo que ficou eternizado, o inesquecível personagem Heathcliff , e Merle Oberon que alcançou o estrelato no papel de Cathy . Pode ser encontrado em DVD, e tem 1 hora e 53 minutos de duração. Sinopse: Humilhado por seu irmão de criação, Heathcliff (Laurence Olivier) torna-se um homem rico e em busca de vingança. Ao mesmo tempo, porém, o rebelde nutre uma paixão por Cathy (Merle Oberon), irmã do homem que deseja matar e que, durante os anos em que esteve ausente da Inglaterra, casou-se com o nobre Edgar (David Niven).

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